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Simpósio da USP e SEPPIR pretende ampliar diversidade étnica nos estudos de ciência e tecnologia

segunda-feira, 22 de março de 2010


A política pública de inserção de negros na rede de ensino superior tem produzido debates que vão além das opiniões a favor e contra a criação de cotas e ações afirmativas em geral. De 6 a 8 de abril essa discussão será aprofundada no Campus Pirassununga da Universidade de São Paulo (USP). A Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos e Laboratório de Física Aplicada e Computacional (FZEA) abrigará o I Simpósio: A População Negra na Ciência e Tecnologia.

O diretor de cooperação e desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Mário Lisboa Theodoro, contabilizou até agora "52 mil estudantes negros foram beneficiados pela política de cotas”. Na segunda metade desta década, mais de 12 mil ex-cotistas foram diplomados atuando em mais de 50 áreas de conhecimento do mercado. O diretor é um dos palestrantes do encontro que vai reunir 150 pessoas, entre cientistas, pesquisadores e tecnólogos.

A proposta do Simpósio é, além de referendar as políticas de ações afirmativas, ampliar o interesse e a participação da população negra para a instrução tecnológica. Segundo a coordenadora do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira (Penesb), Iolanda de Oliveira, a menor diversidade está nos cursos de maiores prestígios sociais, entre eles, Medicina, Veterinária e Direito. Os cursos mais procurados pelos negros são Serviço Social, Arquivologia, História e Biblioteconomia. A pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) acredita que isso ocorre porque, “além do preconceito, a população negra é carente, e necessita de oportunidades para ingressar em um curso de maior ‘prestígio’ e por sofrer os efeitos da baixa autoestima”.

Entretanto, os índices já começam a apresentar resultados promissores. Em um levantamento da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Pró- Reitoria da instituição apurou que no Centro de Ciências Agrárias (CCA), em um total de 200 matriculados, apenas sete eram de cotistas negros. No Centro de Ciências Exatas (CCE) o número de vagas não dobrou, porém, o de cotistas negros matriculados é cinco vezes maior que no CCA, em 2007.

Inscrições - O evento é uma parceria da USP e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). As inscrições para o I Simpósio ficam abertas até 26 de março. Serão selecionados doze trabalhos de graduação, mestrado e doutorado das áreas de Ciências da Terra, Exatas, Humanas e Biológicas. As inscrições devem ser feitas pelo endereço eletrônicohttp://www.usp.br/lafac/simposio/ .

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