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Pré-conferência escolhe delegados para conferência nacional e traça estratégias para cultura afro-brasileira

segunda-feira, 1 de março de 2010

A pré-Conferência Nacional de Cultura Afro-Brasileira terminou no dia 25, em Brasília, com a definição de cinco estratégias do segmento para a 2ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). Foram escolhidos também os 10 delegados e 10 suplentes que representarão o setor na plenária geral do encontro nacional, além de eleger a lista tríplice que vai representar o segmento no âmbito do Conselho Nacional de Política Cultural para o exercício 2010-2011. A conferência nacional acontecerá entre os dias 11 e 14 de março, também na capital federal.
As estratégias foram elaboradas após debate de cinco eixos temáticos, os mesmos que serão debatidos na conferência nacional: produção simbólica e diversidade da cultura afro-brasileira; cultura, cidade e cidadania afro-brasileira; cultura afro-brasileira e economia criativa, e gestão e institucionalidade da cultura afro-brasileira.
Durante dois dias, delegados, convidados e observadores discutiram o espaço da cultura negra dentro da sociedade brasileira e racismo institucional, apropriação de conhecimento, intolerância e muitos outros temas ligados à condição do negro no Brasil hoje. "Parece que é pouco, mas antes nem esse debate era travado, este espaço é uma grande conquista", comemora Dora Bertúlio, procuradora chefe da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, que organiza o evento.

Ao final, os participantes entregaram três moções, uma encaminhada ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, e duas encaminhadas ao presidente da Palmares, Zulu Araújo. A moção encaminhada ao ministro sugere que sejam considerados os membros da lista tríplice elaborada pela pré-Conferência para conselheiro do Conselho Nacional de Política Cultural. Zulu Araújo já confirmou o compromisso do ministro em garantir a inclusão desses nomes. Dos três, dois serão escolhidos pelo ministro como conselheiros. A lista foi composta por Lamartine Silva, Antonio José Amaral Ferreira e Luciana Conceição da Silveira.
Das moções encaminhadas ao presidente da Palmares uma pede apoio técnico e institucional para a criação do Fórum Nacional de Culturas Afro-Brasileiras, para a qual Zulu colocou a Fundação que dirige à disposição. A outra traz o repúdio da delegação do Acre -- e pede o apoio da Palmares -- que transformou a frente da casa e templo religioso do pai Daniel de Oscassio em depósito de lixo em represália a denúncias de intolerância religiosa.

Zulu encerrou as discussões falando da importância deste momento para a comunidade negra e disse que os critérios escolhidos para a condução da pré-Conferência foram elaborados em conjunto com todos os dirigentes da Palmares, de forma democrática. "O processo foi transparente do início ao fim. E isso tudo é uma grande vitória, não só para o movimento, por vocês estarem aqui, mas pelas decisões que foram tomadas. Estamos prontos para discutir a conferência nacional de igual para igual".

Ele alerta que a discussão que será travada no encontro nacional será política e que os delegados terão que fazer política também na área de cultura. "Teremos que fazer nossas reivindicações pelo convencimento e espero que os representantes escolhidos defendam as estratégias aprovadas de maneira coletiva, respeitando este fórum".

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